Apenas Humana

Num salmo ao demônio, xingo teu Deus,
Que não existe e prescinde de aplauso.
Instinto e razão, há males que causo,
Santos pra mim, podem ser erros teus.

Dores e mágoas me afastam do Todo,
Sei, não sou boa e percebo isso já.
Sensível que sou, tampouco sou má,
Qual a flor pura brotando do lodo.

Se perco o senso, é porque sou humana.
Falo o que sinto, pois não sou perfeita
Eu nem sequer pro amor fui eleita,

Felicidade a que sou pouco afeita.
Enredo-me em teias e sou mundana,
Sou casta e pagã, sagrada e profana.

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